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1 09/06/2025 15:46

O processo é relatado pelo ministro Moraes e inclui expedição de perguntas por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (9), a partir das 14h, aos interrogatórios do chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. Estão sendo ouvidos oito réus acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O processo é relatado pelo ministro Moraes e inclui expedição de perguntas por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas.

O primeiro a prestar depoimento é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e autor de delação premiada, relatará os fatos. Após ele, serão interrogados, por ordem alfabética, Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro (ex-presidente), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro e réu que depõe por videoconferência).

O depoimento de Mauro Cid já trouxe revelações sobre suposto orçamento em caixa de vinho para financiar medidas extremas, incluindo planos para execução de autoridades e uso de códigos como “carne” e “churrasco” para se referir à trama, conforme apurado. Segundo o delator, parte das instruções teria partido de figuras como Braga Netto, embora sem conhecimento claro da origem dos recursos.

A investigação deriva da Operação Contragolpe da Polícia Federal (PF), iniciada em novembro de 2024, que apontou a existência de uma articulação envolvendo militares e civis com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — incluindo ameaças a ministros do STF e sequestro de autoridades — fatos descritos como ilegais, com uso de meios militares e elementos terroristas.

A sessão ocorre em ambiente semelhante ao de um tribunal do júri, com os réus acomodados em fileira frontal de cadeiras em ordem alfabética. O interrogatório tem previsão para se estender até sexta-feira (13), sendo transmitido ao vivo pela TV Justiça. Em seguida, poderão ser solicitadas diligências ou audiências suplementares, antes de as partes apresentarem as alegações finais.

Os acusados respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e outras infrações previstas pela legislação brasileira em situações de ameaça institucional.

O depoimento ao vivo marca uma fase decisiva da ação penal. A forma como os réus, em especial o ex-presidente Jair Bolsonaro — que responderá diretamente ao interrogatório do ministro Alexandre de Moraes — responderão às questões pode ser determinante para o veredito e o futuro do país.

 

Da Redação CSFM







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