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1 28/04/2025 18:00

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi forçada a anunciar uma série de medidas para cortar gastos, gerando revolta entre estudantes e professores. A decisão, publicada em portaria, restringe o uso de ar-condicionado, corta ligações de celular e impõe economia de água, afetando diretamente a rotina acadêmica.

 

A crise foi provocada pela falta de repasses adequados do governo federal, que liberou um orçamento insuficiente para 2025. Segundo a Reitoria, os recursos recebidos não acompanharam o crescimento da universidade, prejudicando a manutenção dos serviços e a continuidade das obras.

 

Em abril, a UFBA informou que recebeu apenas 4/12 do orçamento previsto para os primeiros meses do ano. Depois, o percentual caiu para 5/18 até maio, reduzindo ainda mais a capacidade financeira da instituição. Hoje, a universidade opera com menos de 28% dos recursos que deveria ter à disposição.

 

Sem saída, a administração da UFBA determinou 15 medidas de contenção. Entre elas estão a limitação do uso do ar-condicionado apenas em locais sem ventilação natural e a suspensão de eventos após as 17h e aos fins de semana. A medida atinge servidores e estudantes dos campos de São Lázaro e Ondina, que funcionam das 7h às 22h.

 

As dificuldades também atingem obras importantes, como a reforma da Faculdade de Odontologia, paralisada desde 2017 e agora ainda mais sem previsão de retomada.

 

Enquanto isso, o Ministério da Educação (MEC) tenta justificar o caos. Em nota, disse que está em “diálogo” com a Reitoria e prometeu buscar recursos para 2025 — promessa que se repete enquanto as universidades continuam sofrendo com cortes e a precarização do ensino público.

 

O sindicato dos professores (Apub) já se manifestou, alertando para a gravidade da situação e cobrando ação concreta do governo para reverter o estrangulamento orçamentário.

 

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFBA divulgou nota de repúdio, denunciando que as medidas aprofundam a crise na universidade e penalizam a comunidade acadêmica. Para o DCE, a falta de investimentos no ensino público é fruto de anos de cortes sistemáticos promovidos pelo governo federal.

 

Os estudantes defendem que, em vez de impor cortes e restringir serviços básicos, o governo deveria investir mais em educação. Para eles, limitar o uso de ar-condicionado, suspender eventos e precarizar a infraestrutura representam um retrocesso inaceitável que ameaça o futuro das universidades públicas do país.

 

Redação: Vale FM







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