Com quase R$ 14 bilhões já autorizados em empréstimos desde 2023, governo Jerônimo Rodrigues acumula dívidas e levanta dúvidas sobre transparência, planejamento e capacidade de pagamento
A Assembleia Legislativa da Bahia aprovou o regime de urgência para mais um pedido de empréstimo feito pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), desta vez no valor de R$ 600 milhões. Com isso, o governo estadual caminha para o 16º pedido de crédito em menos de dois anos, ultrapassando os R$ 13 bilhões já autorizados até agora.
Desde que assumiu o mandato em janeiro de 2023, Jerônimo tem recorrido com frequência a operações de crédito, sob justificativas amplas como investimentos em mobilidade, infraestrutura, educação e consolidação fiscal. O problema é que a repetição desses pedidos, sem detalhamento preciso sobre a aplicação dos recursos, começa a acender alertas sobre o impacto desse endividamento a médio e longo prazo.
Enquanto deputados da base do governo defendem os empréstimos como necessários para viabilizar obras e acelerar o desenvolvimento, a oposição aponta falta de planejamento, ausência de transparência e preocupação com a capacidade futura de pagamento do Estado. “O governo não tem dado clareza sobre como e onde esses recursos estão sendo aplicados. A população está vendo um Estado que não investe sem recorrer a mais dívidas”, afirmou o deputado Alan Sanches (União Brasil).
Já o deputado Robinson Almeida (PT) defendeu os empréstimos, alegando que são essenciais para garantir a execução de obras importantes, como o VLT, a ponte Salvador-Itaparica e a ampliação do metrô. Segundo ele, os financiamentos têm prazos longos e ajudam a melhorar a vida da população de forma imediata.
A realidade é que o governo do Estado, mesmo após quase duas décadas de gestões do mesmo grupo político, ainda não demonstra estrutura suficiente para investir com recursos próprios, nem mesmo em ações básicas como recuperação de estradas ou ampliação de serviços essenciais.
Com prazos que podem se estender por até 30 anos, esses empréstimos ficarão como responsabilidade das próximas gestões — e, principalmente, da população baiana, que pode enfrentar consequências como contenção de gastos em áreas fundamentais, aumento de impostos ou até comprometimento de investimentos futuros.
Com tantos pedidos seguidos, fica a dúvida no ar: será que o governo realmente precisa de tanto empréstimo? Até onde isso vai? E o mais importante, será que tudo isso vai mesmo trazer benefícios sem pesar no bolso da população lá na frente?
Da redação - Vale FM