Estudantes ilheuenses criam fogão solar com antenas parabólicas usadas para contornar a alta do gás de cozinha
Já faz alguns anos que o preço do gás de cozinha têm aumentado bastante, o que causa um grande aperto no bolso da família brasileira. Em Canavieiras não é diferente. O gás de cozinha custa em média entre R$115 e R$120 reais. Valor esse que para muitos representa boa parte da renda familiar, que ainda inclúi água, luz e o mercado do mês.
Se somarmos esses valores à internet e à saída com os filhos, etc, teremos um custo de vida alto para muitas famílias canavieirenses. A pessoa acaba por trabalhar exclusivamente para pagar as contas e sobreviver, e muito pouco ou quase nada sobra para o lazer em família ou para algum investimento em eletrodomésticos e utensílios do lar.
Foi justamente com esse intuito que estudantes de Ilhéus desenvolveram um fogão à base de energia solar que utiliza antenas parabólicas e materiais recicláveis em sua composição maior. Os alunos do Centro Estadual de Educação Profissional do Chocolate Nelson Schaun saíram na frente com essa ideia. Alan Santos, Felipe Santos e Micael Marcelo dos Santos resolveram criar, junto ao seu orientador, o Geraldo Porto, um meio de ajudar essas famílias mais necessitadas de uma forma um tanto quanto inusitada, mas completamente sustentável.
“O equipamento concentra a luz solar por meio de uma superfície côncava e espelhada. Esse design permite que os raios solares sejam direcionados e convergidos para um ponto focal específico, onde conseguimos, no ponto focal, a temperatura de aproximadamente 400 º C, suficiente para o cozimento de alimentos” - explicou Geraldo.
Ele continua: “Utilizamos duas antenas parabólicas com um raio de, aproximadamente, 30 cm, que estavam sem uso e prestes a serem descartadas. Após a limpeza superficial nas duas antenas, lavamos e lixamos suas superfícies. O procedimento da primeira antena foi colocar uma manta espelhada em sua superfície fixada com cola adesiva. Já na segunda antena, polimos para que ficasse bastante reflexiva e espelhada, o que gerou melhor rendimento térmico”
O projeto segue para a sua otimização afim de baixar ainda mais o custo de produção e manter o seu compromisso de ajudar as famílias mais carentes e com a parceria da Secretaria de Educação (Sec), dentro do Programa Ciência na Escola, é apenas uma questão de tempo até o fogão solar de baixo custo chegar em sua fase final.
Por Dan Oliveira